E eu já imaginava, sonhava que meu mundo desabava, que as águas que caíam da cachoeira não era tão cristalinas quanto antes, os passos não cantavam tão expontãneamente, nem a natureza reflectia sua imagem como antes, horizonte natural...
Não outro modo de encarar as coisas a não ser como estar de luto, como forçar uma lágrima pra novamente subir, penetrar nos olhos novamente, já que ela caiu?
E nesse clima de luto ser ecléctico não é mais nada demais, sendo que apenas uma coisa me deixaria bem,e muito bem...
Andar na rua, as pessoas são figurantes, a imagem é lúcida, mas não é colorida, estou de volta a parte debaixo, ao pior grau de uma pessoa, ao pior momento que poderia estar, a chorar e ainda restar um energia para querer mudar algo, que parece que nunca vai ser mudado.
Eu fiz um rapel, enquanto escalava achava dificuldades, qualquer coisa atrapalhava, enquanto minha vida evoluía, iria subindo cada vez mais alto, mas parece que apenas algumas pedras na frente me fizeram desistir sem vontade de desanimar, parei na metade enfim...
Desci, sem pedras, sem matos, sem nada pra atrapalhar, mas uma descida que está sendo a pior, as vezes eu quero que a corda arrebente, que eu eu caia, em uma distancia inigualável, que eu saiba, quando chegar, irei morrer, e essa corda não arrebenta, ela está por um fio, mas nunca arrebenta, as vezes eu olho pra cima, vejo as pedrinhas e matos e tudo, sem dificuldades pra subida, mas agora não tem como mais subir, está acabado o trajeto, acabou a "prova", e eu provei pra mim mesmo que eu fui uma derrota, e tinha corda boa, eu tinha equipamentos bons, eu não tinha tanta dificuldade em subir, mas por que eu não subi? Por que nas coisas mais bobas, eu achei dificuldade? Por que? As vezes acho que isto que faz o ser humano ser idiota, fracassado, fantasiado de super-herói.
E neste caminho estou, no meio de uma rocha, em decadência, com a corda por um fio, acompanhando eu descer, e mudar isto vai ser difícil, pois eu perdi meus equipamentos bons, minha estratégia de subida, eu perdi a corda boa que tinha, eu perdi em si, minhas esperanças de continuar no ponto onde parei, por que?
Talvez com os dias, eu possa olhar em minha vota, e ver que a corda está firme e forte, ver que tenho equipamentos bons, ver que no meio desta pedra ainda não é nada, que pedrinhas e matos e frio não podem me abalar,e não vão.. e isto seria o dia mais feliz da minha vida!
Mas enquanto o dia não vem, só me resta ficar aqui, a beira do fim.
